O secretário nacional de formação política da LGBT Socialista, Alcemir Freire, defendeu nesta terça-feira (13), durante o XIV Seminário LGBT do Congresso Nacional, em Brasília, que lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros devem atuar nos espaços públicos, seja em escolas, na política, em movimentos sociais para fazer avançar a pauta política de respeito à identidade de gênero.
“A gente tem que se colocar nos espaços sociais, sejam espaços de conselho, seja nas escolas. Toda escola tem um conselho. Toda cidade grande ou média tem uma organização LGBT. E essas organizações têm espaços nos conselhos das escolas. Eu acho que nossa primeira tática é a ocupação”, defendeu.
Participaram do seminário parlamentares, lideranças nacionais LGBT e representantes de entidades de defesa dos direitos das pessoas LGBT. Entre os parlamentares socialistas estiveram presentes as deputadas federais Janete Capiberibe (AP) e Creuza Pereira (PE), o deputado federal Odorico Monteiro (CE) e o senador João Capiberibe (AP).
Para Freire, as pessoas LGBT devem mostrar à sociedade uma visão nova sobre seus direitos e a maneira mais adequada de lidar com a questão de gênero. “A primeira tática é a ocupação de espaços. Muito embora a gente vá se deparar com algumas pessoas que lidam de maneira ainda equivocada, de falar a opção sexual, de identidade de gênero e transexualidade, isso vai acontecer. Mas o nosso papel é ensinar. Ser político, ser aquela pessoa que traz uma nova percepção sobre aquele contexto”, disse.
Na opinião do socialista, o discurso contrário à ideologia de gênero nas escolas ou o favorável à chamada “escola sem partido” avança pela ausência de debate político na sociedade. “As pessoas estão cansadas de política. Ninguém quer mais falar sobre política, a política da corrupção, a política da desonestidade, a política que tira direitos, a política que segrega as pessoas. Mas a gente tem que discutir política sim, a gente tem que se colocar nos espaços sociais”, defendeu.
Sobre a polêmica causada pela retirada das expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual” da base nacional curricular, Freire defendeu a autonomia do professor para tratar desses temas na sala de aula.
“A escola tem ferramentas muito importantes, e possui autonomia com base em um princípio constitucional, o que é superior a qualquer plano. A autonomia de ensino é direito do profissional educador, ele pode pautar esses temas”, declarou. “O papel da escola é ensinar sobre cidadania e e sobre o que útil para viver em sociedade”, sustentou Freire.
O secretário da LGBT Socialista disse ainda que, para levar referências positivas sobre os direitos LGBTs ao espaço educacional, é necessário utilizar o tripé “ação-reflexão-ação”, prática pedagógica que considera a reflexão sobre a prática como elemento transformador do cotidiano educativo.
“Isso acontece mudando a nossa prática, e isso não é um ato só profissional. Aquele tripé do ação-reflexão-ação funciona para nossa vida. Ele não deve funcionar só para a escola. Os exemplos positivos estão na nossa prática”, disse.
Assessoria de Comunicação/PSB Nacional