O Deputado Federal eleito pelo Rio de Janeiro e homossexual, Jean Wyllys, renunciou ao mandato e resolveu ir embora do Brasil, por estar recebendo graves ameaças de morte.
A história política do mundo traz a intolerância e truculência registradas em diversos períodos. O presidente Abraham Lincoln foi assassinado pelo ator e espião racista John Wilkes Booth, em 1865. John Fitzgerald Kennedy, presidente, foi morto em 1963 e o irmão Bob Kennedy candidato, foi atacado a tiros por Sirhan Bishara Sirhan, em 1968. Em diversas regiões mundiais também se observa tais características, a exemplo do rei Abdullah I, em 1951, e o presidente egípcio Muhammad Anwar Al Sadat, 1981, mortos a tiros em público, por terem negociado com Israel como a do jovem Haim Arlozoroff, então chefe da Agência Judaica, assassinado quando andava tranquilamente pela orla de Tel Aviv.
A tortura também tem espaço na luta política, como por exemplo, a morte do ex-primeiro-ministro italiano Aldo Moro, em maio de 1978, após ele ficar por dias sequestrado por membros das Brigadas Vermelhas. Em casos de países mais próximos como foi o do ex-ministro da Justiça colombiano, Belisario Betancur, que em 1984 foi assassinado por representantes do Cartel de Medellín, na Colômbia. Também na Colômbia, entre os vários assassinatos deste tipo, como foi o caso do então candidato a presidente Luis Carlos Galán Sarmiento (Partido Liberal), em 18 de agosto de 1989, após reunião em Soacha.
No dia 14 março de 2018, o fatídico acontecimento que deixou o mundo perplexo. Atacam a tiros e assassinam Marielle Franco, companheira de partido e amiga de Jean Wyllys, vereadora eleita pelo Rio de Janeiro, uma ativista lésbica, socióloga, defensora dos Direitos Humanos, feminista, com trabalhos que faziam a diferença em comunidades periféricas.
A sensação de insegurança é grande, quando se tem o Brasil liderando índice de assassinatos LGBT e tendo líderes políticos, que abertamente pregam a apologia ao assassinato e à tortura.
Jean Wyllys é uma referência e um grande deputado, que marcou a história da Câmara Federal, por ser um homossexual assumido e defensor responsável dos Direitos Humanos, especialmente das pessoas LGBT.
Repudiamos com veemência a irresponsável comemoração de quem foi eleito para representar a República, que resolveu fazer chacota, comemorando o exílio do deputado ameaçado, em vez de dar as garantias de vida para um Deputado Eleito com voto do povo do Rio de Janeiro, e possuindo uma história de lutas e respeito notório no trabalho legislativo.
O Segmento LGBT Socialista presta sua solidariedade, reafirmando seu compromisso na luta, para que possamos virar essa página terrível da nossa história e que possa haver um amanhã na política do Brasil, como tanto defendeu Jean Wyllys no legislativo para toda a nossa gente.
Thathiane Araújo de Aquino
Secretária Nacional LGBT Socialista / PSB
SEGMENTO ORGANIZADO LGBT SOCIALISTA /PSB